Cerca de 13 em cada 100 casos de
câncer no Brasil são atribuídos ao sobrepeso e a obesidade, sugerindo
uma carga significativa de doença pelo excesso de gordura corporal. Essa
é uma das razões para o lançamento hoje do documento Posicionamento do
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva Acerca do
Sobrepeso e Obesidade. O alerta é importante para sensibilizar a
população de que as medidas propostas são reconhecidas como efetivas
para a prevenção e controle desse grave problema de saúde.
"O texto apoia medidas intersetoriais de regulação de alimentos que
objetivam a prevenção e o controle do excesso de peso corporal, com o
reconhecimento que tais medidas convergem para a prevenção do câncer",
explica Maria Eduarda Melo, nutricionista da Coordenação de Prevenção e
Vigilância do INCA. São medidas como aumento da tributação de bebidas
açucaradas e adoçadas com adoçantes não calóricos ou de baixa caloria;
restrição da publicidade e promoção de alimentos e bebidas não saudáveis
dirigidas ao público infantil; restrição da oferta de bebidas e
alimentos ultraprocessados nas escolas e aprimoramento das normas de
rotulagem de alimentos que deixem a informação mais compreensível e
acessível ao consumidor.
Atualmente, o excesso de peso corporal está fortemente associado ao
risco de desenvolver 13 tipos de câncer: esôfago (adenocarcinoma),
estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e
reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio,
meningioma, tireoide e mieloma múltiplo e possivelmente associado aos de
próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células
B.
Outra questão preocupante é a alimentação das crianças, com consumo de açúcar constante. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (2013), a cada 10 crianças menores de dois anos, cerca de três já tomaram refrigerante ou suco artificial, três consumiram doce, bala, ou outros alimentos com açúcar e seis comeram biscoitos ou bolos.
Outra questão preocupante é a alimentação das crianças, com consumo de açúcar constante. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (2013), a cada 10 crianças menores de dois anos, cerca de três já tomaram refrigerante ou suco artificial, três consumiram doce, bala, ou outros alimentos com açúcar e seis comeram biscoitos ou bolos.
A infância e adolescência são períodos críticos do desenvolvimento em
que, além da formação de hábitos de vida, a exposição a determinados
fatores de risco pode afetar a saúde do adulto. O documento alerta para o
fato de as práticas alimentares não saudáveis e a exposição precoce ao
sobrepeso e obesidade atuarem diretamente sobre o risco de câncer pelo
efeito cumulativo dos fatores carcinogênicos. Sabe-se que o excesso de
peso corporal nestas fases da vida aumenta o risco de obesidade e/ou
câncer na fase adulta. O Posicionamento também destaca que a obesidade
infantil não apenas compromete o bem-estar físico, como também o social e
psicológico das crianças.
O documento lançado pelo INCA é embasado no Relatório da Comissão
para o Fim da Obesidade Infantil, da Organização Mundial de Saúde (OMS),
no plano de implementação do relatório discutido na Assembleia Mundial
da Saúde em 2017, e no Plano de Ação para a Prevenção da Obesidade em
Crianças e Adolescentes, da Organização Pan-Americana de Saúde
(Opas/OMS, 2014). O texto está alinhado ainda aos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável adotados pela Assembleia Geral das Nações
Unidas e ao Plano de Ação Global para Prevenção e Controle de Doenças
Não-Transmissíveis (2013-2020), da OMS.
MDS.
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