Grupo criado pela ANS prevê medidas para o controle do problema na saúde suplementar | |
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A
epidemia de obesidade tornou-se um problema de saúde pública em todo o
mundo, levando ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e
diabetes. Segundo dados da pesquisa Vigitel da Saúde Suplementar 2015,
estudo realizado pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS), a proporção de beneficiários de planos de saúde
com excesso de peso vem aumentando desde 2008, quando foi realizado o
primeiro levantamento, passando de 46,5% para 52,3%. O mesmo ocorre com a
proporção de obesos, que aumentou de 12,5% para 17%.
Diante desse cenário, a ANS criou o Grupo Multidisciplinar para Enfrentamento da Obesidade na Saúde Suplementar,
com o objetivo de promover melhorias e incentivos na atenção à saúde
relacionada ao combate à obesidade e sobrepeso entre beneficiários de
planos de saúde.
"Realizamos
dois encontros bastante produtivos e agora estamos reunindo as
sugestões recebidas para a produção de uma publicação com orientações e
algoritmos para o rastreio do excesso de peso e conduta adequada. O
material será discutido com o setor para que operadoras e prestadores de
serviços possam definir a melhor forma de colocar as diretrizes em
prática junto aos beneficiários de planos de saúde", explica Karla
Coelho, diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, que
reforça, neste 11/10, Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, o
compromisso da Agência com o tema.
Obesidade associada ao câncer
O
que muitos não sabem é que a obesidade também está relacionada ao
câncer. É o que mostra avaliação científica recente citada no relatório Energy Balance and Obesity, publicado no dia 27/09 pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde.
Segundo
o documento (produzido em 2015 por 17 especialistas internacionais), em
2014, mais de 1,9 bilhão de adultos (cerca de 40% dos adultos do
planeta) tinham sobrepeso; e destes, 600 milhões estavam obesos. O
relatório aponta ainda que, em 2012, de todos os novos casos de câncer
em adultos, 3,6% foram atribuídos ao aumento da massa corporal. O
cenário se torna ainda mais alarmante diante da evolução da obesidade na
infância: o número de crianças com sobrepeso em países com renda média
(a exemplo do Brasil) mais que dobrou desde 1990 – de 7,5 milhões para
15,5 milhões.
O
Instituto Nacional do Câncer (INCA), que é membro do Grupo
criado pela ANS, descreve em seu posicionamento sobre o tema que cerca
de 13 em cada 100 casos de câncer no Brasil são atribuídos ao sobrepeso e
à obesidade, sugerindo uma carga significativa de doença pelo excesso
de gordura corporal. "O Inca apoia medidas intersetoriais de regulação
de alimentos que objetivam a prevenção e o controle do excesso de peso
corporal, com o reconhecimento que tais medidas convergem para a
prevenção do câncer", explica Maria Eduarda Melo, nutricionista da
Coordenação de Prevenção e Vigilância do INCA.
Entre
as medidas a que a nutricionista se refere estão: aumento da
tributação de bebidas açucaradas e adoçadas com adoçantes não
calóricos ou de baixa caloria; restrição da publicidade e
promoção de alimentos e bebidas não saudáveis dirigidas ao
público infantil; restrição da oferta de bebidas e alimentos
ultraprocessados nas escolas e aprimoramento das normas de rotulagem de
alimentos, deixando assim a informação mais compreensível e acessível ao
consumidor.
Atualmente,
o excesso de peso corporal está fortemente associado ao risco de
desenvolver 13 tipos de câncer: esôfago, estômago, pâncreas, vesícula
biliar, fígado, intestino, rins, mama, ovário, endométrio, meningioma,
tireoide e mieloma múltiplo.
Entre as propostas do Grupo Multidisciplinar para Enfrentamento da Obesidade na Saúde Suplementar, criado pela ANS, estão:
• Criação de um fluxograma para rastreio do excesso de peso e conduta.
• Diretrizes com recomendações básicas para mudança do estilo de vida, estimulando a utilização do tempo livre e a prática de atividade física, além do combate ao sedentarismo e à alimentação inadequada. • Orientações em relação ao tratamento medicamentoso: indicações e contraindicações. • Esclarecimentos sobre o tratamento cirúrgico: orientações sobre pré e pós-operatório (realização de exames e suplementação nutricional), diretrizes de utilização para a cirurgia bariátrica, indicações e contraindicações. • Recomendação para que o cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal) seja realizado em todos os pacientes com menos de 60 anos que procuram assistência médica ambulatorial e hospitalar. A captação deste dado pelas operadoras de planos de saúde irá permitir o direcionamento para estratégias de prevenção e tratamento precoce.
Saiba mais sobre o Grupo Multidisciplinar para Enfrentamento da Obesidade na Saúde Suplementar.
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quinta-feira, 12 de outubro de 2017
Dados recentes sobre obesidade e excesso de peso reforçam a necessidade de prevenção
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