Denúncia foi protocolada nesta terça-feira (28) e trata de um esquema de propina para a campanha de Henrique Alves ao Governo do RN.
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Os peemedebistas Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e José Cruz/Agência Brasil) |
O Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte denunciou nesta
terça-feira (28) o ex-ministro Henrique Alves (PMDB), o ex-deputado
Eduardo Cunha (PMDB) e o ex-operador do PMDB Lúcio Funaro por lavagem de
dinheiro e corrupção passiva. Além deles, outras cinco pessoas ligadas a
Alves também foram denunciadas.
A denúncia do MPF-RN se refere a um suposto esquema de cobrança de
propina para empresas que procuravam financiamentos pela Caixa Econômica
Federal. De acordo com os procuradores, a fraude teria rendido R$
4.235.000,00, e o dinheiro deveria ser usado na campanha de Henrique
Alves ao Governo do Rio Grande do Norte em 2014.
A denúncia é fruto de inquéritos policiais decorrentes de fatos e
evidências oriundos da Operação Lava Jato. O esquema fraudulento, de
acordo com o que diz o Ministério Público Federal no documento, foi
detalhado nas colaborações premiadas de Lúcio Funaro e do empresário
Fred Queiroz, preso na Operação Manus.
Funaro seria o responsável por repassar o dinheiro sujo à campanha de
Henrique Alves, e contou aos procuradores como funcionava o esquema.
O material apreendido na Operação Lavat também foi utilizado para embasar a denúncia oferecida pelo MPF.
Na mesma denúncia o MPF diz que pelo menos R$ 2 milhões do total da
propina, quase metade, foram repassados pela Odebrecht. A empresa teria
apoiado a campanha com o repasse ilegal de verba por conta do interesse
na privatização da Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern).
Entre os denunciados estão ex-assessores de Henrique Alves, como Norton
Domingues Masera, que até outubro deste ano ocupava um cargo
comissionado no Ministério do Turismo. Esses assessores teriam a
responsabilidade de receber os montantes enviados por Lúcio Funaro para a
campanha do ex-deputado ao Governo do Rio Grande do Norte.
De acordo com o que apurou o Ministério Público Federal, só Masera
teria recebido R$ 600 mil em repasses realizados por Funaro.
O MPF alega na denúncia que os ex-assessores de Henrique Eduardo Alves
compunham um grupo criminoso, que atuava sob o comando do ex-deputado.
Ainda segundo o MPF, o grupo controlava politicamente as diretorias da
Caixa Econômica, e barganhava propina de empresas em troca de aprovação
de financiamentos.
Além de Henrique Alves, Lúcio Funaro e Eduardo Cunha, foram denunciados
Arturo Silveira Dias De Arruda Câmara, José Geraldo Moura Da Fonseca
Júnior, Aluízio Henrique Dutra De Almeida, Norton Domingues Masera e
Paulo José Rodrigues Da Silva. Estes quatro últimos também foram
denunciados por crime de organização criminosa.
O Ministério Público pede a condenação de todos os denunciados, bem
como a devolução dos R$ 4,2 milhões e que eles sejam impedidos de
exercer cargos públicos pelo dobro de tempo de prisão ao qual forem
condenados.
Defesa
A defesa de Henrique Alves disse que só deve se pronunciar após ter
acesso à denúncia. O advogado de Lúcio Funaro, Bruno Espiñeira, disse ao
G1 que seu cliente continuará colaborando com as autoridades "de forma
clara e efetiva". A reportagem ligou para o advogado do ex-deputado
Eduardo Cunha, no entanto ele não atendeu as chamadas. As defesas dos
demais denunciados não foram localizadas.
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Lúcio Funaro em depoimento à CPI dos Correios, em 2006 (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo) |
G1 RN.
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