Por Basílio Perez, presidente da ABRINT (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações) |
O ano de 2017 termina com uma sensação positiva. É cedo para considerar o
Brasil totalmente livre da crise, mas notamos tendências nos mais
diversos segmentos da economia, que possivelmente proporcionarão um
crescimento sólido nos próximos anos. No setor das
telecomunicações, um fenômeno nítido pôde ser observado ao longo dos
últimos meses e gera grandes expectativas em relação ao futuro: estamos
falando do aumento nas instalações de fibras ópticas para ampliar o
acesso à banda larga, sobretudo nas casas atendidas por provedores de
internet.
Em
todas as regiões do país, provedores estão substituindo redes sem fio
por essa tecnologia, capaz de oferecer uma conexão extremamente rápida e
preparada para aplicações de IoT (Internet of Things), por exemplo.
Dados da Anatel mostram que, em dois anos, entre 2015 e 2017, o total
de acessos mensais por meio de fibra saltou mais de 630%, de 128 mil
para 936 mil entre os provedores. Esse volume representa 34,5% do uso
total de internet por fibra no Brasil, um avanço também impressionante
(em 2015, essa porcentagem era de apenas 13%).
Ou
seja, cada vez mais, a fibra tem chegado ao interior do país e
periferias das grandes cidades. A maior participação dos provedores
nessa estatística é um indicativo claro de que as melhores tecnologias
estão chegando a locais de acesso mais difícil e onde a internet
historicamente carece de qualidade. É uma notícia a ser celebrada: ainda
temos um longo caminho a ser percorrido, mas a estrutura para melhores
conexões tem evoluído justamente nos locais mais "esquecidos" do Brasil.
Dentro
do nosso território, existem dois países distintos: em 248
municípios (equivalente a 5% do total de localidades, mas com 50% da
população), três grandes operadoras fornecem serviços de internet (cerca
de 75% dessas conexões com velocidade acima de 2 Mbps). Já no outro
extremo, em 95% das cidades, onde vive a outra metade de brasileiros,
apenas 38% das redes de internet funcionam acima de 2 Mbps, segundo
dados da consultoria Teleco. Essa parcela negligenciada e não atendida
pelas maiores operadoras depende bastante dos provedores – e são essas
pessoas que estão se beneficiando dos maiores investimentos em fibra
óptica.
Se
contarmos todas as tecnologias, os provedores proporcionam conexões,
hoje, a cerca de 15% dos brasileiros. Somados, esses acessos foram 3,9
milhões no último mês de outubro. São números que não param de
aumentar: a parcela de participação das menores empresas no mercado tem
crescido exponencialmente, ainda que as grandes operadoras não estejam
perdendo usuários. A justificativa é a grande quantidade de cidadãos que
ainda estão excluídos digitalmente ou utilizam internet extremamente
precária.
Segundo
dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), do último mês de novembro, quase 40% dos lares no Brasil
não estão conectados à internet. É urgente que essas pessoas sejam
incluídas, ampliando o acesso ao conhecimento e impulsionando o
crescimento da economia. Em 2018, certamente seguiremos evoluindo nesse
sentido, mas sempre é possível melhor ainda mais, caso o governo e
as agências reguladoras cumpram seu papel de permitir que esses pequenos
provedores atuem em um ambiente de concorrência justo, sem
favorecimento às grandes operadoras. Quem tem a ganhar é o Brasil.
Sobre a ABRINT
A
Associação Brasileira de Internet e Telecomunicações (ABRINT) tem
atuação nacional e representa provedores regionais de internet em
discussões junto ao governo, órgãos regulatórios e entidades afins.
Provedores são majoritariamente empresas de pequeno e médio portes.
Segundo o Ministério das Comunicações, há pelo menos um provedor em
operação em todas as cidades do país. Para o LACNIC, juntos, eles formam
a quarta maior empresa de comunicação do Brasil.
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