
Onda de violência em Belém deixa dezenas de mortes em nove horas.
Uma tentativa
de fuga em massa de presos terminou com 21 pessoas mortas na tarde desta
terça-feira (10) na região metropolitana de Belém, segundo o governo do
Pará. As mortes ocorreram no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III), no Complexo Prisional de Santa Izabel. Um grupo armado tentou invadir o local para dar cobertura à ação.
Os mortos são
um agente penitenciário, cinco presos e 15 suspeitos de tentar invadir o
presídio para apoiar a fuga, segundo a Secretaria de Segurança Pública e
Defesa Social (Segup) do Pará.
Pelo menos
outros cinco agentes de segurança ficaram feridos. Quatro seguem
internados - um deles foi levado para cirurgia e seu estado grave. O
número de presos feridos ainda não foi informado.
Autoridades
fazem uma revista e recontagem de presos no início da noite desta
terça-feira. A Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado
(Susipe) não confirma fuga de presos, até o momento. No total, cinco
armas foram apreendidas no local, sendo 02 fuzis, 1 carabina ponto 30 e 2
pistolas ponto 40. Atualmente, o CRPP III custodia 605 presos. A
capacidade é para 432.
O Complexo
Penitenciário de Santa Izabel é o maior do Estado com 9 unidades
prisionais e mais de 6 mil presos. Na noite desta terça-feira a Segup
disse que um novo boletim médico com o estado de saúde atualizado dos 4
agentes penitenciários deve ser divulgado a qualquer momento. Um
inquérito policial já foi aberto para apurar o caso. De acordo com a
Diretoria de Administração Penitenciária da Susipe, todas as unidades
prisionais do Complexo Prisional de Santa Izabel operam dentro da
normalidade.
Relatório do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) feito em fevereiro deste ano alertou
para o risco de "resgate realizado com apoio externo" no CRPP III. Em
fevereiro, a unidade tinha 52% mais presos do que a capacidade: havia
660 detentos para 432 vagas, afirma o CNJ. As condições da prisão são
"péssimas" e "inaceitáveis" para um presídio de segurança máxima.
O caso ocorre um dia após uma série de 12 assassinatos na Grande Belém. A secretaria disse não haver relação entre os dois episódios.
Troca de tiros
Segundo a
Segup, um grupo fortemente armado tentou invadir a prisão por volta das
13h para dar apoio à fuga dos presos. Foram utilizados explosivos contra
um dos muros do solário do Pavilhão C na tentativa de resgate. Além
disso, detentos também tinham armas dentro do presídio, segundo a
secretaria.
Segundo a
Segup, após o uso de explosivos no Pavilhão C houve "intensa troca de
tiros" entre agentes do batalhão penitenciário, parte dos presos que
tentavam fugir e o grupo que tentou invadir o presídio.
Buscas
De acordo com a
Segup, agentes da Companhia de Operações Especiais da PM foram enviados
ao complexo para reforçar a segurança do local. Não foi confirmada fuga
de presos até a noite desta terça-feira.
Buscas pelo
grupo que tentou invadir o presídio são feitas desde o início da tarde,
segundo a secretaria. O governo também iniciou investigações para
identificar que grupos agiram na tentativa de resgate, como houve a
entrada de armas e como ocorreu a troca de tiros.
O delegado
Rodrigo Leão, diretor da Seccional de Santa Izabel do Pará, está com
equipe policial acompanhando a situação, além de duas equipes da Divisão
de Homicídios e uma da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO).
G1 PA, Belém.
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