Paiva Netto
Uma das mais
perigosas maneiras de o ser humano sofrer influência espiritual maléfica é, sem
dúvida, a conversação sem propósito
digno. Por isso, salvaguardemos nossas fronteiras psicoespirituais dessas
investidas danosas do “lobo invisível” (os espíritos obsessores, malignos).
Jesus, o Divino Mestre, há milênios, instrui sobre os cuidados que devemos
cultivar com a Boa Palavra: “Não é o que
entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai pela boca. Isso, sim, é
o que o contamina (Evangelho, segundo Mateus, 15:11).
Meditem sobre
essa advertência do instrutor espiritual Cornélio,
constante do livro Obreiros da Vida
Eterna. Notem como é grave a responsabilidade de todos nós na preservação
da atmosfera espiritual que nos cerca:
— Nas mais respeitáveis instituições do mundo
carnal, segundo informes fidedignos das autoridades que nos regem, a metade do tempo é despendida inutilmente,
através de conversações ociosas e inoportunas. Isso, referindo-nos somente
às “mais respeitáveis”. Não se precatam nossos Irmãos em humanidade de que o verbo está criando imagens vivas, que
se desenvolvem no terreno mental a que são projetadas, produzindo consequências boas ou más, segundo a sua origem. Essas
formas naturalmente vivem e proliferam e, considerando-se a inferioridade dos
desejos e aspirações das criaturas humanas, semelhantes criações temporárias
não se destinam senão a serviços destruidores, através de atritos formidáveis,
se bem que invisíveis. (Os destaques são meus.)
A boa conversação e a Humanidade Invisível
Vem-me à
memória uma narrativa que apresentei na série radiofônica “Lições de Vida”, na
década de 1980, sobre as três peneiras
que devemos utilizar na hora de expor qualquer assunto a alguém. A primeira
peneira é a da verdade; a segunda, a
da bondade; e a terceira, a da necessidade. Antes de falarmos algo,
precisamos nos certificar de que as nossas palavras passem por esses filtros.
Caso contrário, é melhor nem as proferirmos.
Na Antologia da Boa Vontade (1955),
encontramos o poema “Não julgues!”, de autoria de João Tomaz, do qual destacamos oportuna estrofe:
Mas se queres tua paz
e a paz dos outros também
atende a este conselho:
— Não fales mal de ninguém.
Definitivamente,
o “lobo invisível” e seus acólitos precisam aprender mais esses ensinamentos
para que alcancem real ventura. E essa é justamente a lição que fui buscar em
minha obra Jesus, Zarur, Kardec e
Roustaing na Quarta Revelação (1984, edição esgotada), por estas palavras
do notável Emmanuel: “Uma simples conversação sobre o Evangelho
de Jesus pode beneficiar vasta fileira de ouvintes invisíveis”.
Acerca do
indispensável papel a ser protagonizado pelas famílias, afiança o Espírito
André Luiz, em seu livro Desobsessão,
pela psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira (1932-2015): “O culto do Evangelho no abrigo doméstico
equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do esclarecimento
espiritual”.
Como
assegurava o saudoso Alziro Zarur, “A invocação do nome de Deus, feita com o
coração cheio de sinceridade, atrai o amparo dos Espíritos Superiores”.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
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Serviço – A
Missão dos Setenta e o “lobo invisível” (Paiva Netto), 384 páginas. À venda
nas principais livrarias ou pelo site
www.clubeculturadepaz.com.br
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