Integrantes
da facção criminosa aguardavam aval do traficante internacional
conhecido como Fuminho para iniciar plano para resgatar o preso.
Agentes
da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, conhecida como P2 de
Venceslau (a cerca de 610 km de São Paulo), interceptaram, no dia 8 de
abril, anotações de supostos membros da facção criminosa PCC (Primeiro
Comando da Capital), dizendo sobre novos líderes da organização e um
possível plano de resgatar Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, do
Presídio Federal de Brasília.
Apontado
como líder máximo da facção criminosa, Marcola saiu da P2 de Venceslau
em fevereiro deste ano para ir à penitenciária federal de Porto Velho.
Um mês depois, foi novamente transferido, desta vez para a federal de
Brasília.
De
acordo com a carta interceptada pelos agentes penitenciários, com a
saída de Marcola da P2 de Venceslau, outros três presos assumiram
funções estratégicas da facção dentro do sistema carcerário: Wilber de
Jesus Marces (conhecido como Gaspar), Valcedi Francisco da Costa (o
Ralf) e Márcio Domingos Ramos (o Ariel).
Conforme
a apuração da SAP-SP (Secretaria de Administração Penitenciária do
Estado de São Paulo), os três presos orquestrariam de dentro do sistema
carcerário, alinhado com o traficante internacional Gilberto Aparecido
dos Santos, o Fuminho — um dos principais nomes do PCC nas ruas —, o
resgate ao Marcola.
A
carta interceptada por agentes penitenciários aponta que integrantes da
facção criminosa estavam aguardando o aval de Fuminho para realizar o
plano de tirar Marcola da penitenciária federal de Brasília.
Ainda
segundo as informações que constam na carta, o suposto integrante da
cúpula do PCC Carlos Henrique da Silva, chamado de Carlão da Zona Norte,
havia ficado com a responsabilidade de organizar os membros da facção
que tem alto nível de conhecimento militar e de armamentos para preparar
o poder bélico para o dia do resgate.
A
organização criminosa predendia mobilizar integrantes de todos Estados
brasileiros para participar do resgate. A facção já havia monitorado,
segundo a SAP-SP acredita, por meio de drones, como era o funcionamento
ao redor do presídio de Brasília, e sabia que o Exército não estava
presente no local.
Após
a interceptação desta carta, a SAP-SP pediu a transferência dos três
presos apontados como novos líderes da facção criminosa para presídios
federais.
Leia a carta na íntegra com a tradução e adequação do texto:
"Primeiramente,
um forte abraço a todos. A situação está da seguinte forma: quem está
fechando no pavilhão um da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau são
os nossos irmãos Gaspar e Ralf e no pavilhão dois, o Ariel. A sintonia
está na rua, mas temos ordens deixadas pelo Marcola que temos que agir
na inteligência.
O
Carlão da Zona Norte já está se alinhando com os integrantes que tem
conhecimento de armamentos e mandou um recado para todos de outros
Estados. Tem que disponibilizar dois irmãos de responsa de cada Estado
para formar um time da hora. Estamos no aguardo do Fuminho para dar
retorno se vai tirar o Marcola da Penitenciária Federal de Brasília.
Sabemos
que o drone já voou lá e até o momento não tinha militares do Exército.
Mas sabemos que tirar o Marcola de Brasília tem que ter um planejamento
diferenciado de todos e só com o apoio do Fuminho que podemos concluir o
resgate.
Esse
time do Carlão é para agir com cautela, no momento certo vamos para
cima dos agente públicos que mandaram a cúpula do PCC para aquele lugar
desumano. Sabemos que o planejamento utilizado não era o correto, mas só
tinha esse para se comunicar na urgência."
(R7).
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