Por
meio de consulta pública, a sociedade poderá se manifestar pela
cobertura de exame para leucemia mieloide crônica previsto em protocolo,
com o objetivo de melhorar a jornada dos pacientes

A
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) acaba
de abrir uma consulta pública para avaliar a incorporação de exame que
monitora o tratamento de leucemia mieloide crônica (LMC). Existe
urgência no tema, pois os pacientes não têm acesso efetivo ao exame PCR,
teste molecular que quantifica a resposta ao tratamento da doença,
apesar de estar determinado no protocolo desde 2013.
Também
conhecido como PCDT, o protocolo recomenda que este exame seja
realizado a cada três meses no começo da abordagem terapêutica, e a cada
seis meses, quando há uma resposta ótima ao tratamento. Na prática,
porém, existe uma dificuldade enorme de garantir o monitoramento dos
pacientes com LMC no SUS.
Segundo
a Dra. Carla Boquimpani, hematologista do Hemorio, o
monitoramento é parte imprescindível do tratamento de qualquer doença e,
no caso da LMC, é determinante para avaliar se o paciente está
respondendo à medicação ou se é necessário mudar a abordagem. "Além de
garantir um direito dos pacientes, a incorporação do exame contribui
para redução de custos no sistema de saúde, que podem surgir de quadros
de piora súbita, já que o monitoramento permite identificar precocemente
se o paciente responde ou não a terapia", completa.
LMC
é um tipo de câncer não hereditário que se desenvolve na medula
óssea e ocorre principalmente em adultos na faixa dos 50 anos. O
Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do biênio
2018/2019 sejam diagnosticados 10.800 novos casos de leucemia e, de
acordo com a American Cancer Society, cerca de 15% dos novos casos da
doença são de leucemia mieloide crônica.
As
consultas públicas têm como objetivo ampliar a discussão sobre o
assunto e promover a participação da sociedade nos processos de tomada
de decisões do governo sobre políticas públicas de saúde. Todo e
qualquer cidadão pode participar. Trata-se de uma oportunidade para a
sociedade se manifestar e contribuir para ampliar o acesso a este exame
tão fundamental.
Esta consulta pública está aberta até 12 de agosto. Para o envio de contribuições, o interessado deve acessar o site http://conitec.gov.br/ consultas-publicas, sob o nome "Reação em cadeia da polimerase – transcriptase reversa (RT-PCR) qualitativa e quantitativa...", consulta número 38 – e seguir as instruções.
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