As temperaturas mais frias elevam em até 30% as morte por infarto do miocárdio1 e causam maior incidência de arritmias cardíacas como a fibrilação atrial

Noites
mais longas e dias
mais curtos, aliados ao tempo gélido: assim é o inverno no Brasil, que
começou no dia 21 de junho e se estenderá por três meses. Neste ano, por
conta de alguns fenômenos atmosféricos, as temperaturas mais baixas
podem demorar a chegar mas, por outro lado, quando chegarem devem ser
bem rigorosas. Por isso, alguns cuidados com a saúde são fundamentais,
inclusive no que diz respeito ao coração.
Há cerca de 50 anos, especialistas em todo o mundo notam o
crescimento da mortalidade por doença cardiovascular durante a estação¹.
No Brasil, uma pesquisa realizada pela Sociedade de Cardiologia do
Estado de São Paulo, revelou que nos dias de temperatura na média de
14°C houve
acréscimo de até 30% nos casos de morte por infarto do miocárdio1, além de um aumento na incidência de outras doenças cardiovasculares como a fibrilação atrial (FA)1,
tipo de arritmia cardíaca mais comum do mundo, que faz o coração bater
em um ritmo irregular e descompassado, podendo aumentar em cinco vezes o
risco de acidente vascular cerebral (AVC)2, popularmente conhecido como
"derrame".
Relacionada a diversos fatores como obesidade, problemas
cardíacos, hipertensão, doenças crônicas – diabetes, insuficiência renal
ou doença pulmonar –, além de histórico familiar3, a FA também tem ligação com outros elementos como idade mais
avançada e hábitos prejudiciais, como o tabagismo e consumo excessivo de álcool3.
"A FA se dá quando os sinais elétricos responsáveis pelo ritmo do
coração falham e fazem os átrios, como são chamadas as câmaras cardíacas
superiores, se contraírem de maneira irregular. Isso provoca redução da
velocidade de fluxo do sangue que passa pelo local3, o que contribui para a
formação de coágulos. Quando estes coágulos se deslocam, podem chegar ao cérebro, ocasionando o AVC3", alerta o cardiologista, Dr. Fábio Lario.
Os dias frios elevam a pressão sanguínea por diversos
mecanismos, entre eles a contração dos vasos sanguíneos.
Consequentemente, os canais de circulação do sangue são estreitados e
aumentam as chances de ruptura de placas de gordura no interior das
artérias
coronárias, o que pode provocar infarto do coração. Quando isso ocorre,
as plaquetas do sangue e as vias de coagulação são ativadas e, então, se
intensificam as chances de formação de coágulos¹.
Para manter a saúde do coração e evitar as doenças
cardiovasculares, como a FA, é fundamental realizar exames médicos
periódicos e, no caso de um diagnóstico positivo iniciar o tratamento,
cujos princípios fundamentais são reverter a fibrilação ou
controlar a frequência cardíaca e evitar a formação de coágulos dentro
dos átrios5 com uso de anticoagulantes, quando indicado. "O
paciente com fibrilação atrial pode conviver seguramente com a doença,
desde que tenha disciplina e adote um estilo de vida saudável, com
alimentação equilibrada e controle dos níveis de pressão arterial e de
possíveis complicações da doença,
como a formação de coágulos", conta o médico6.
A utilização de medicamentos para 'afinar' o sangue – os
chamados 'anticoagulantes', responsáveis por reduzir o risco de AVC, é
uma peça chave no tratamento atual dos pacientes com risco elevado de
formação de coágulos. O etexilato de dabigatrana, por exemplo,
é um inibidor direto da trombina (DTI), enzima-chave da coagulação,
usado tanto para prevenção como para o tratamento de doenças
tromboembólicas agudas e crônicas7.
Embora haja uma preocupação da classe médica e pacientes com
sangramentos possivelmente relacionados ao uso de anticoagulantes, é
importante ressaltar que sua utilização tem potencial de reduzir de
forma significativa o risco de AVC e consequentes sequelas.
Além disso, vale ressaltar que hoje já existe um agente
reversor disponível no Brasil, de efeito imediato e momentâneo, que age
especificamente para reverter a ação de dabigatrana. O seu uso é
exclusivamente hospitalar, para os casos de sangramentos incontroláveis
que podem ser
precipitados por acidentes ou em cirurgias emergenciais.
Em todas as estações do ano, o importante é e adotar hábitos
que ajudam no controle das doenças cardiovasculares e estar atento a
todos os sinais e sintomas para evitar possíveis complicações.
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